Depois do retorno com uma Vitória magra, o torcedor ficou com mais perguntas que respostas (e só um golaço pra lembrar!)

Já se passaram alguns dias desde aquele sábado, 12 de julho. A poeira baixou, o churrasco foi digerido e as conversas de rádio deram uma amenizada. O Internacional finalmente voltou aos gramados no Beira-Rio, e o placar, para alívio de muitos corações colorados, marcou um 1 a 0 magrinho contra o Vitória. Ganhamos, saímos da zona de rebaixamento, e isso, convenhamos, já é motivo para um “Bah!” de alívio. Mas, como diz o ditado gaúcho, “depois da festa, vem a louça“. E a louça que sobrou daquela partida… ah, essa é de dar um trabalho!

Jogadores do Inter dançando a música tema da copa do mundo de clubes.
Jogadores dançando a música tema da copa do mundo de clubes.

Ganhamos, e isso é o que importa para a tabela, que nos empurrou para fora da zona de rebaixamento. Mas, sejamos honestos, a vitória veio com um “sabor de quero mais” na qualidade do futebol apresentado. Foi tipo receber um presente embrulhado lindamente, mas dentro tem um par de meias. A gente agradece, claro, mas a expectativa era outra. Aquela partida parece ter sido jogada com um filtro retrô, uma qualidade de DVD riscado que a gente insiste em assistir. E o mais intrigante é que, passados esses dias, a gente ainda se pergunta: após o Mundial de Clubes, será que a régua de qualidade subiu tanto por aqui, ou foi a grama do nosso campo que ficou menos verde?

O Golaço de Tabata: A Única Certeza em Meio a um Mar de Dúvidas Pós-Jogo

Se teve algo daquele sábado que a gente não precisa discutir, que não gerou polêmica e que ainda brilha na memória é o golaço do Bruno Tabata. Aquele pataço de canhota no ângulo. Um chute tão preciso que, se a bola tivesse um GPS, ela teria dito “cheguei ao destino” com um sorriso. Foi a pintura do dia, a obra de arte que a gente ainda enquadra e pendura na sala da memória colorada, enquanto o resto da partida fica no álbum de fotos do celular, meio embaçado.

Dias depois, a gente ainda se pergunta como um lance tão espetacular surgiu em meio a uma atuação tão… modorrenta. O golaço do Tabata foi o bombom de licor que a gente achou no meio da marmita de chuchu. Uma pérola em um oceano de nado sincronizado sem água. É o tipo de gol que te faz perdoar a performance do time, por uns bons 30 segundos, até a realidade te puxar de volta e a gente lembrar que era “só” 1 a 0 e o resto do jogo foi um festival de passes que pareciam bilhetes para lugar nenhum.

Primeiro Tempo: Mais Perdido que Cusco em Tiros de Guerra

Desde o apito inicial, a gente já sentia aquele cheirinho de “jogo sofrido”. O Vitória, sob o comando do Fábio Carille (o rei da retranca moderna, que defende como se estivesse construindo um bunker), se fechou com duas linhas de quatro, entregou a bola ao Inter e ficou esperando. E o que o Inter fez com a bola? Pouco. Muito pouco. A bola parecia estar com ciúmes, não queria saber de ir para a frente.

Passados os dias, a imagem que fica do primeiro tempo é a de um Inter que não conseguia criar nada. Passes sem direção, cruzamentos para lugar nenhum, e chutes que pareciam ter saído da chuteira do Dunga em 1982, indo parar lá na arquibancada superior. Faltava conexão, faltava organização, faltava triangulação. Era como se os jogadores tivessem voltado das férias diretamente para um campeonato de futebol de sabão, com a chuteira no pé trocado. Aquele guri do time da várzea que fica parado esperando a bola chegar nele tem mais atitude ofensiva do que o time inteiro nos primeiros 45 minutos.

Segundo Tempo: Estratégia de “Empilha-atacante-e-vamos-ver-o-que-dá”

Na segunda etapa, Roger Machado tentou ajeitar a casa. Fez algumas mudanças, mexeu na escalação, mas a melhora real só veio quando ele resolveu apelar para a “tática da pelada de final de ano”. Em um ato de desespero calculado, ele empilhou atacantes, como quem joga todas as moedas na máquina de pegar urso de pelúcia, na esperança de que uma delas funcione. E, felizmente, funcionou.

O Inter martelou, martelou, com mais insistência do que um vendedor de Bíblia na porta da igreja. E a persistência deu resultado. Com muita bagunça tática e mais suor do que glamour, o time achou o gol no finalzinho. Mas não podemos creditar esse gol a um plano tático bem executado. Foi o gol da insistência, o gol de quem está mais com vergonha de sair do campo sem vencer do que empenhado em jogar um futebol bonito.

A Parada Foi Férias ou Retiro Espiritual?

Antes da parada para o Mundial de Clubes, a desculpa era o desgaste físico. Agora, passados alguns dias do retorno, a gente ouve: “falta ritmo”. Aí não dá, né, gurizada? O Inter deu 15 dias de férias, depois mais uma semana de recuperação e só treinou de verdade na última semana antes do jogo. Parece pouco. Parece mal planejado. Parece que o time foi para um retiro espiritual em vez de férias: voltaram mais zen, sem intensidade e sem a fome de bola.

Faltou intensidade, faltou conexão entre setores. Várias vezes vimos jogadores parando com a bola no pé, olhando para os lados, e… nada. Ninguém se apresentava. Parecia time de colégio jogando contra professor cansado, ou mais perdido que cusco em tiroteio. A bola parecia um peso nas chuteiras.

Oportunidade de Ouro: A Semana Livre e a Promessa de um Futuro Mais Vibrante

Felizmente, o jogo contra o Bahia foi adiado. Essa semana que se abriu para o Inter é um presente dos deuses do futebol, um tempo de ouro que não pode ser desperdiçado. É a chance que o Roger Machado e sua comissão técnica têm de sentar, reavaliar, ajustar o GPS do time e encontrar o caminho para o bom futebol. Não podemos depender só de um golaço isolado ou da sorte. Futebol moderno exige organização, volume de jogo e triangulações.

A gente sabe que tem potencial. Roger tem material humano, tem o apoio incondicional da torcida colorada e, agora, tem tempo. Que ele saiba aproveitar essa semana para colocar o time no eixo e nos entregar um futebol que nos faça acreditar em algo melhor para o restante da temporada.

Torcedor Colorodo: Exigente, Apaixonado e Sempre Acreditando

A paixão colorada é assim: a gente vibra com golaço, comemora a vitória, mas não fecha os olhos para o que está ruim. O futebol apresentado no retorno foi fraco, sim, mas sabemos que esse time tem muito a entregar. É um ciclo. E a gente segue acreditando que o Inter vai encontrar seu rumo, mostrar todo o seu potencial e nos entregar atuações que valham a pena ser recontadas. Que os próximos jogos sejam filmes de ação com explosão, e não tortas bonitas sem recheio. Com humor, amor e confiança, seguimos na labuta, esperando o próximo “Bah!” de alegria.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima